Meu imperialismo gramatical

E há de se saber reinventar o português e tirar do dicionário a palavra amor
Enquanto estiver no Brasil não vou ouvir inglês dizendo “I love you”.
Deixe o Je T'aime para o francês enquanto por aqui eu estiver só.

Vai caprichar nessa nova gramática e faça para mim uma reforma ortográfica!
Tira da estante a palavra mulher. Vê ela na lavoura, na cidade e no forró.
Expulsa da vitrine esse farisaísmo feminista e a hipocrisia de quem nos abandonou.
Gente é gente. Sexo não define e o ato sexual não é para quem quer mágica.

Troca a palavra festa por besta. Tem o mesmo sentido viver e beber?
No fim de tudo não se esquece de tirar da vida a palavra morrer.
Tira de mim, de tu e do Nordeste inteiro os erres paulistas.
Expulsa dos livros, do cinema e da tevê o baianês sem sentido.

Não falo puxado e não sou coitado. Não finjo e não compro se eu não quiser.
Tira do Brasil inteiro tudo o que não me for útil.
Inútil são as palavras que eu não quero mais ouvir. O que me importa é o meu querer.
Ninguém me obriga mais a ler as coisas que não quero suportar.
Vai! Considera as cotas e devolve meu posto de imperialista que D.Pedro me roubou.
Vou reformar o dicionário! Ah, Aurélio... se vou!




2 comentários:

hipermétrope disse...

"Expulsa dos livros, do cinema e da tevê o baianês sem sentido."

Genial, adorei essa frase. Ela ilustra bem o que eu sinto em relçação aquele povo arrogante daquele lado.

Andrea Vaz disse...

Bom texto. Belas palavras!

Adorei cada palavra! Posso me juntar nesta reforma?!

Sucesso sempre!

Postar um comentário